‘Judeu bolsonarista’ é oximoro

O atroz presidente do Brasil escondeu o encontro amistoso com sua aliada, a deputada Beatrix Von Storch. Além de os dois avós de Von Storch terem, cada um à sua maneira, tirado proveito do nazismo, ela mesma representa a “linha dura” do partido populista alemão AfD2. É uma pária absoluta no mundo democrático. O discurso antieuropeu e antidemocrático desta política extremista em “apoio a Israel”, no parlamento alemão, é mais do que discutível. Faz sentido a aliança do seu partido racista, homófobo, xenófobo e antissemita, com o presidente brasileiro. 

Beatrix Von Storch, descendente de nazistas, escreveu em sua página Facebook que o asilo a pessoas que entram na Alemanha deve ser recusado e que se elas “não aceitarem a ordem de parar na fronteira, os policiais deveriam atirar com armas de fogo, seja em mulheres ou crianças.”

Esta mulher é descrita por cientistas políticos como, acima de tudo, “uma reacionária desinibida, homofóbica e violentamente xenófoba, movida pelo desejo de uma cruzada contra o Islã.”

Beatrix Von Storch é uma conservadora no seu pior, mais obsoleto e obscurantista sentido. Mais fundamentalista do que os próprios islamistas que caça. Oponente, é claro, do casamento entre pessoas do mesmo sexo, contracepção e aborto, a bolorenta criatura diz que “chorou de alegria” com o anúncio do Brexit. Além disso, “grande defensora da igualdade de direitos”, é contra a presença de jogadores de origem imigrante na seleção alemã de futebol.

No início de 2016, durante os debates sobre um projeto de lei para refugiados, esta descendente de nazistas (dotada de igual caráter e ideologia), escreveu em sua página Facebook que o asilo a pessoas que entram na Alemanha deve ser recusado e que se elas “não aceitarem a ordem de parar na fronteira, os policiais deveriam atirar com armas de fogo, seja em mulheres ou crianças.”

Para Von Storch, Le Pen é ‘esquerdista demais’

Quando perguntada sobre a proximidade entre o seu partido e o de Marine Le Pen, a alemã análoga ideológica de Bolsonaro, respondeu que a francesa é “esquerdista demais”. Como Beatrix von Storch é ultraliberal (link para francófonos, porém o verbete pode ser traduzido com o Googgle), ela “não aprova as ideias de Le Pen sobre o protecionismo e intervencionismo do Estado”. Por outro lado, von Storch apoia a extrema-direita israelense. E apoia todas os extremistas com quem se identifica.

O atroz presidente do Brasil escondeu este encontro amistoso  onde foram servidos suco, vinho e sanduíchinhos, e do qual participaram o filho Bananinha, o marido da herdeira do nazismo, um deputado estadual mais conhecido como “Carteiro Reaça”, e outros dois convidados, além do ajudante de ordens do atroz, um tenente-coronel qualquer.

É claro que o atroz escondeu a festinha: afinal, a neta do Ministro das Finanças de Hitler foi clara quanto aos objetivos do encontro. Escreveu nas redes que “está conversando com esse tipo de políticos para conseguir a adesão de aliados ao seu partido” racista, homófobo, xenófobo e antissemita. E Bolsonaro, segundo ela, “é o ideal”.

De outro lado, como se vê, o atroz presidente brasileiro também busca aliados no mundo internacional da extrema-direita racista, homófoba, xenófoba e antissemita, para a campanha que já começou a fazer.

“Judeu bolsonarista” ou “judeu de extrema-direita” é uma combinação contraditória de palavras. Um oximoro, porque  o judaísmo baseia-se em princípios humanistas. Até a próxima que agora é hoje e, se forem realmente coerentes, os judeus que votarem em Bolsonaro em 2022, deveriam, antes de qualquer coisa, se converter.

O Ministro da Propaganda Joseph Goebbels discursa, em 1939. Atrás dele, da esquerda para a direita, estão o Ministro das Finanças Lutz Graf Schwerin Von Krosigk, avô de Beatrix, o presidente do Reichsbank Hjalmar Schacht e o Ministro da Guerra Werner Von Blomberg. (AP Foto)

O inimigo do Brasil

Tanto quanto o seu pau-mandado Kassio com “K” no STF, o presidente brasileiro é contra a decisão de que Estados e municípios podem decidir sobre a obrigatoriedade da imunização e impor sanções para quem se recusar a ser vacinado.

Ser contra uma obrigatoriedade que visa o bem de todos, não é liberalismo. É totalitarismo populista.

Imagem: Charles de Gaulle se impõe a (e salva) um país à beira da guerra civil. 1958 © AFP

O anúncio do plano de vacinação foi puro teatro. Todo mundo sabe que o presidente nunca quis preparar o País para campanha de vacinação, que ele prejudica todas as alternativas, manteve uma postura negacionista, não tem a menor empatia pela dor do outro e sempre minimizou a pandemia.

Desacatar instituições e ser contra o interesse e a saúde de cada brasileiro, influenciando-o ou deixando-o à sua própria sorte e decisão, não é ser liberal. É ser um inimigo do País.

A história mostra que face aos impasses e à paralisia política foi preciso SAIR PELO ALTO, por meio de figuras providenciais como Alexandre o Grande, Joana d’Arc, Charles de Gaulle (apelo de 18 de junho), George Washington, Abraham Lincoln, Georges Clemenceau, Franklin D. Roosevelt, Winston Churchill, Gandhi, John F. Kennedy, Emmanuel Macron (que neutralizou o combate estéril entre a direita e a esquerda) e tantos outros.

Até a próxima, que agora é hoje e impasses não devem persistir. Inimigos do povo devem ser postos para fora. Sempre. Constitucionalmente ou não.